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Pirouette Disfórmico

de Kadu Hammett

Recife, Pernambuco

Um rapaz, que desejando tanto ser como a bailarina de sua caixinha de música, se revolta por não caber dentro da própria caixa e começa a se mutilar em um balé de fúria.

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Entrevista

1 - Você pode se apresentar falando sobre sua arte, suas realizações, colaboradores e como se apresenta a cena de cinema independente na região em que você vive.
Nascido e morando desde sempre em Recife-PE, me formei em Publicidade e Propaganda, mas trabalho em um depósito de bebidas na cidade de Olinda-PE, aguentando todo tipo de bêbado, criatura estranha, e um chefe que reclama todo dia e a toda hora. Só alegria e emoção. O que de fato serve como inspiração para muita coisa que acabo fazendo. 
Em 2009, a pedido de uma prima que precisava fazer um filme para um trabalho de escola, dirigi “Crise de Identidades”, longa que teve os alunos de sua turma como elenco. Sem saber o que estava fazendo, e tendo apenas uma câmera Cybershot na época, realizamos o projeto e a ideia de criar filmes me agradou, porém só em 2012 que comecei a fazer curtas próprios, criando assim, “Espelho” e “Maquiagem”. 
Além dos curtas, que surgiram ao longo dos anos, também me tornei escritor, tendo participado de várias antologias dos mais diversos gêneros, e logo após começando a lançar meus próprios livros. 
Como também sou amante dos quadrinhos, criei a página de tirinhas @risqueiaqui e lancei dois fanzines curtos. Há quadrinhos completos guardados, esperando uma oportunidade de serem impressos.
Na tentativa de tocar músicas duvidosas, existe uma demo do “Luxúria das Valquirias”, uma demo do “Noite Horrenda”, um disco do “Solrac”, e duas músicas do “Anedonia”.
E continuo com esse fetiche enorme de me aventurar por mundos que não nos dá nenhum dinheiro.
Pernambuco é um lugar que respira muita arte, e o cinema também é muito presente por aqui. Recife já foi o centro de muita criação, inclusive para filmes de outros estados. A quantidade de mostras e festivais aqui também é bem grande, o que é ótimo para nossa cultura, e para criar oportunidade para quem está começando nesse meio. O que é engraçado, é que meus curtas sempre são selecionados em outros países, mas supero isso com fé e uma coquinha gelada.

2 - Conte-nos como foram as filmagens de seu segmento para o “Tropical SOV”.
As filmagens foram feitas durante uma tarde de domingo, e editado na segunda feira seguinte. A ideia do curta ainda estava sendo desenvolvida até o meio das gravações. Tínhamos a base do que iria ser criado, mas não toda a forma que seria desenvolvido, o que geralmente acontece quando faço algo desse tipo. Acho até que enriquece mais a trama quando as ideias que vão surgindo no meio do caminho são inseridas na ideia original. O importante, é que toda a base do projeto estava lá; muita rebolação, sanguinho melante e facas cortando tudo. 

3 - Teve algum imprevisto durante as filmagens que você gostaria de nos contar (com todos os detalhes sórdidos, por favor).
Acredito que o que se posa chamar de imprevisto, ou ocultação de fatos neste caso, é que filmamos tudo dentro de um centro espírita. Pedimos o local emprestado, em um dia que ele estaria fechado, falamos do projeto, mas nunca dissemos exatamente do que se tratava. Não sei se seria de bom tom alguém ver todo o chão do salão principal melado de vermelho, e uma bailarina rodopiando com facas na mão.

4 - Você tem um histórico de trabalho com mulheres e minorias LGBTQIA+, e ações em favor delas. Como você começou esse trabalho e quais teus projetos futuros neste sentido?
Acredito que isso surgiu naturalmente. Tanto que eu não havia percebido esse envolvimento, até que comentaram sobre. Talvez por meio de amizades, situações que acontecem ou certas coisas presenciadas.
O ‘No Sigilo‘‘, de 2021, surgiu dessa forma. Ele é um documentário que mostra como mulheres trans, lésbicas e homens gays, servem como objetos sexuais para homens heteros, que ironicamente são extremamente homofóbicos. Não é raro você presenciar homens demonstrando puro ódio a pessoas trans enquanto estão presentes na sociedade comum, mas sentindo um tesão absurdo quando sozinho com elas. A própria pornografia feita com mulheres trans é muito mais consumida que o pornô hétero, isso em um dos países que mais se mata mulheres trans.
Com o mesmo pensamento, dirigi um documentário onde as bandas tem a presença de alguma integrante trans, isso depois de ouvir muito comentário de dentro do meio, afirmando que mulheres não deveriam estar a frente de alguma banda de metal, e que só homens saberiam fazer aquilo. Imagino que a descoberta de bandas de metal, onde existem mulheres trans como membros, faria a cabeça desse povo explodir. 
Eu não saberia dizer sobre meus projetos futuros neste meio, mas acredito que nunca faltará material sobre isso. Infelizmente, ainda estamos em uma realidade que, por algum motivo, o ódio a pessoas que nunca te fizeram nada cresce muito.

5 - Nosso projeto “Tropical SOV” celebra o Shot On Video, que sempre foi uma expressão cinematográfica marginal à produção de cinema oficial e inspirado na filosofia do “Faça Você Mesmo”. Que conselho você gostaria de dar (ou qualquer tipo de ponderação) sobre essa arte tão difícil, mas divertida, de se produzir de maneira independente?
O principal é criar. Produza, por mais que a ideia pareça horrorosa. Ideias horrorosas são lindas. Tenha a certeza que muita gente não vai querer te ajudar e vai achar que você está perdendo seu tempo, mas faça assim mesmo. Produzir de maneira independente e sem recurso algum, é extremamente trabalhoso, mas também é absurdamente divertido. Se você tiver amigos que andem com você nessas loucuras, será mais divertido ainda, mas se ninguém aceitar ir com você, se divirta sozinho. 
Procure festivais para se inscrever, e faça mais filmes ainda, um atrás do outro. Garanto que é satisfatório ver o resultado de seu projeto depois de pronto, mesmo que só você vá assistir a ele.

Making Of

Ficha técnica

Direção: Kadu Hammett

Roteiro: Kadu Hammett e Annie Brasil

Produção: Kadu Hammett e Annie Brasil 

Edição: Kadu Hammett 

Maquiagem: Annie Brasil 

Figurino: Annie Brasil

Assistente de direção: Annie Brasil 

Operador de câmera: Kadu Hammett

Trilha Sonora: Annie Brasil

 

Estrelando 

Lucas Bittencourt - Bailarina Disforme

 

Filmado com celulares Motorola G24 e Samsung Galaxy AO5

Filmografia

Crise de Identidade (Brasil, 2009, 60m)
Espelho (Brasil, 2012, 1m)
Maquiagem (Brasil, 2012, 1m)
Valéria (Brasil, 2012, 1m)
Gótico em 1930 (Brasil, 2012, 25m)
Pin-Ups na Publicidade (Brasil, 2013, 60m)
Paz (Brasil, 2014, 3m) 
Tarot (Brasil, 2014, 2m)
Canta Pra Jesus (Brasil, 2015, 17m)
VIDA (Brasil, 2020, 1m)
Caos (Brasil, 2020, 1m)
Maravilhas Televisivas (Brasil, 2020, 76m)
No Sigilo (Brasil, 2021, 23m)
Orgasmo (Brasil, 2021, 1m)
Super Mercate-Me (Brasil, 2021, 5m)
Mulher (Brasil, 2021, 8m)
Multidão (Brasil, 2021, 3m)
1,5 Metro (Brasil, 2021, 1m)
O Mito De Um Presidente Na Pandemia (Brasil, 2021, 40m)
Bartolomeu e o Presidente (Brasil, 2021, 1m)
Desenlace (Brasil, 2021, 1m)
Detalhes (Brasil, 2021, 1m)
Madorna (Brasil, 2021, 2m)
Lascívia (Brasil, 2023, 13m)
Barbie Feminista e Anti-Homem (Brasil, 2023, 2m)
Urro – Mulheres Trans no Metal (Brasil, 2023, 22m)
Tempo (Brasil, 2023, 1m)
SEXO (Brasil, 2023, 2m)
Vivere (Brasil, 2023, 12s)
Pirouette Disformico (Brasil, 2025, 5m)

REPRESENTAÇÃO

Representação

Distribuição

Informações

Petter Baiestorf

baiestorf@yahoo.com.br

(49) 99807-1432

© 2025 layout por Além da Terra. Editado por Jonathan Rodrigues. Criado com Wix.com

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