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O Videocassete Humano

de Alex Dambrova

Salvador, Bahia

Em uma clínica clandestina, um homem passa por uma cirurgia para realizar o seu estranho sonho

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Entrevista

1 - Você pode se apresentar falando sobre sua arte, suas realizações, colaboradores e como se apresenta a cena de cinema independente na região em que você vive.
Assistir filmes para mim sempre foi um bom momento para mergulhar em um universo diferente do meu, seja para refletir sobre o meu próprio universo ou rir dele. Quando voltei a ter contato com o VHS e passei a colecionar filmes de terror, voltei a ter contato com esse gênero que sempre me causou interesse na infância e adolescência. Poder revisitar alguns clássicos e conhecer outros foi um impulso para eu voltar a ter vontade de fazer filmes. O terror trash tem uma grande vantagem: o que o move não é dinheiro, é a criatividade - e isso eu sentia ter de sobra. Depois de comprar algumas câmeras VHS decidi que estava na hora de colocar ideias em prática com a melhor mídia que já existiu. Foi assim que tudo começou, com o primeiro filme “O Horror do Bebezão”. No segundo eu já queria algo que fosse um pouco além, então chamei amigos que se alinhavam com a ideia e realizamos “O Balanço da Morte”. Depois, me veio um grande desejo de realizar um documentário found footage e assim surgiu “O ET de Itaperopemba”, sobre a aparição de um extraterrestre e casos estranhos que aconteceram numa pequena cidade da Bahia. Todos filmados em VHS. Nosso modo de fazer filmes é bastante colaborativo, do roteiro até a edição.
Aqui em Salvador há um evento dedicado ao terror, é o Cine Horror, festival que acontece todo ano com mostras de filmes independentes. Fora o terror, existem grupos e coletivos que fazem filmes independente de editais ou financiamento. É uma realidade difícil, mas aonde nascem diversas ideias e realizações interessantes.

2 - Conte-nos como foram as filmagens de seu segmento para o “Tropical SOV”.
“O Videocassete Humano” era uma ideia antiga que eu tinha. Certa vez, em um grupo de colecionadores de VHS, uma figura mandou um áudio dizendo que amaria ser um videocassete e ter fitas enfiadas nele todos os dias. Esse áudio se integrou em uma espécie de mitologia entre nós colecionadores e foi nele que me inspirei. A ideia de uma pessoa ir até uma clínica clandestina para fazer uma cirurgia e se tornar um videocassete me parecia uma ideia tentadora demais para ignorar. Por muito tempo deixei essa ideia na gaveta, pois sabia que só precisava de um bom motivo para colocar em prática. Não foi diferente. Anos depois começamos a filmar este curta, após o convite de Peter para produzir algo para essa antologia.

3 - Teve algum imprevisto durante as filmagens que você gostaria de nos contar (com todos os detalhes sórdidos, por favor).
Nós somos um grupo que já trabalhou junto nas produções anteriores e por isso já tínhamos um método bastante claro de como seguir com as filmagens. Não tivemos exatamente um imprevisto, mas desafios de como realizar certas cenas que não haviam planejamento, somente uma ideia de como seria. Fazer cenas com muito sangue é sempre um desafio, pois não temos dinheiro para pintar e restaurar o ambiente depois de tanta sujeira. Quando Nicolai me falou que na casa dele tinha uma casinha de cachorro abandonada, achamos o ambiente ideal aonde poderíamos sujar a vontade, sem o compromisso de limpar depois, apesar de gravarmos o tempo todo dobrados, pois não havia altura suficiente para nos caber.

4 - Além das suas produções cinematográficas, você mantém um canal no youtube sobre VHS e também tem projeto musical. Eu gostaria que você falasse um pouco sobre esses trabalhos e indicasse onde público pode conhecê-los.
Sou colecionador de VHS e criar um canal foi natural, pois percebi uma falta desse assunto ser abordado com mais detalhes na internet. Além de colecionador, hoje sou um pesquisador da mídia, aonde abordo desde assuntos de coleção até temas extremamente técnicos sobre o mundo do VHS. O canal se chama VHS Break, que é o mesmo nome da produtora que temos com os filmes. Antes de fazer filmes, eu já era músico – essa é minha verdadeira profissão. Eu toco banjo 5 cordas e tenho um trabalho com meu nome, chamado GIGITO, aonde já lançamos 2 álbuns “Faça com o que tem, não espere por ninguém” e “Coleção de estragos”. É uma música que dialoga com a mesma filosofia dos filmes – um jeito de fazer alternativo e que não dependa de grandes financiamentos. Convido vocês a conhecer.

5 - Nosso projeto “Tropical SOV” celebra o Shot On Video, que sempre foi uma expressão cinematográfica marginal à produção de cinema oficial e inspirado na filosofia do “Faça Você Mesmo”. Que conselho você gostaria de dar (ou qualquer tipo de ponderação) sobre essa arte tão difícil, mas divertida, de se produzir de maneira independente?
Fazer qualquer tipo de arte é um desafio imenso, é lutar contra uma maré de preconceitos e desvalorização. Fazer arte independente é ainda pior. Muitas vezes a seriedade do que fazemos se confunde com somente diversão e hobbie, mas sabemos que o que nos move é algo mais profundo. Há diversão, mas é sério ainda assim. Para alguns pode ser hobbie, mas há um desejo profissional atravessado por aquele fazer. Muitas vezes nós mesmos podemos incorporar esses preconceitos de fora. Isso traz um dilema de identidade e às vezes pode ser difícil entender quem somos nós e o que de fato queremos com aquele trabalho. O que eu sempre mantenho em mente quando começo um trabalho é: tenho inspirações de fora, mas não sou americano, meu orçamento baixo não é de milhares, as vezes sequer de centenas, as vezes eu pago a equipe com pizza e por isso eu não sou Hollywood e não vou fazer filme como eles. Eu vou tentar construir meu próprio modo de pensar terror de acordo com minha realidade.

Making Of

Ficha técnica

Roteiro e direção: Alex Dombrova

Direção de fotografia e câmera: Tainá Barata

Assistentes de gravação: Artur Rios, Giulianna Thriftshop, Jana Barata, Murillo Lactose, Felipo Nicolai

Montagem: Alex Dombrova

Música: Alex Dombrova

Gravação do making of: Giulianna Thriftshop

 

Elenco:

Alex Dombrova (Médico)

Felipo Nicolai (Teobaldo)

Giulianna Thriftshop, Jana Barata, Murillo Lactose, Tainá Barata (Pacientes)

Ismael Raridades (Depoimento final)

 

Filmado com uma câmera VHS JVC 1998

VHS BREAK

Filmografia

O Horror do Bebezão (Brasil, 2023, 29 min.)

O Balanço da Morte (Brasil, 2023, 34 min.)

O ET de Itaperopemba (Brasil, 2024, 55 min.)

O Videocassete Humano (Brasil, 2025, 4 min.)

REPRESENTAÇÃO

Representação

Distribuição

Informações

Petter Baiestorf

baiestorf@yahoo.com.br

(49) 99807-1432

© 2025 layout por Além da Terra. Editado por Jonathan Rodrigues. Criado com Wix.com

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