1 - Você pode se apresentar falando sobre sua arte, suas realizações, colaboradores e como se apresenta a cena de cinema independente na região em que você vive.
Eu me chamo Laura, e, num geral, mais consumo arte do que produzo, mas gosto muito de me aventurar nos desenhos. O curta foi um baita empurrão pra fazer algo que sempre achei curioso e admirável, que é fazer cinema. Primeiro projeto cinematográfico que eu faço.
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2 - Conte-nos como foram as filmagens de seu segmento para o “Tropical SOV”.
Foi uma loucura gravar esse curta, porque na produção, 90% dos dias, era só eu e a Mari botando a cabeça pra funcionar juntas. A gente se juntava todos os domingos (às vezes sábados) na minha casa e fazia acontecer. E que trabalho, hein? Admito que nunca imaginei que fazer um curta de 3 minutos fosse ser tão trabalhoso, mas também tão divertido. Como é bom fazer lambança, né? Deu vontade de fazer cenas banhadas de sangue, só pela diversão da sujeira. No geral, foi uma experiência super massa, eu sempre ficava nervosa nos dias de gravação, achando que ia dar tudo errado, e a Mari ficava nervosa por ter que atuar. É muito gratificante ver o resultado final e ver que pelo menos prestou pra entreter alguém. Aqui em Porto Alegre não vejo muita gente se movimentando pra fazer cinema, só galera de faculdade privada, e já vi coisas boas sim, mas acho que a galera peca muito na falta de boas referências. É difícil levar um projeto cinematográfico pra frente quando não se tem apoio e muito menos público. A vontade de ser o John Waters porto alegrense existe, mas confesso que me parece quase impossível, porque fazer cinema é o que tem de mais complexo nas artes. 
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3 - Teve algum imprevisto durante as filmagens que você gostaria de nos contar (com todos os detalhes sórdidos, por favor).
Nada muito específico.
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4 - Você, além de ter uma ótima bagagem sobre cinema, também tem se exercitado nos desenhos e ilustrações. Eu gostaria que você falasse um pouco sobre suas ilustrações e se há projetos seus num sentido de fazer quadrinhos, posters, fanzines, ou qualquer outro trabalho utilizando-se da técnica?
Minhas ilustrações são completamente regadas pela paixão que tenho pelo cinema e pelas obsessões que levo comigo, muitas delas envolvem o cinema e o terror. Pra mim, desenhar um personagem de um filme que eu gosto é super satisfatório e às vezes é uma necessidade quase que urgente. Gosto também de desenhar mulheres com estilo parecido ao meu, ou mulheres fodas e dominantes (risos), mas também tenho um apreço pelas caveiras. Já pensei sim em fazer fanzines, quase participei de uma zine aqui de Porto Alegre, com uns cinéfilos frequentadores da cinemateca capitólio. Cheguei a fazer uma ilustração digital de uns DVD´s pornôs pra matéria de uma amiga, mas nem deu em nada. Antes de fazer algo assim eu gostaria de fazer aulas e aprender técnicas pra conseguir fazer uma arte mais independente de referências e deixar meus desenhos mais bonitinhos, mas admito que também gosto do feio. Aliás, a ilustração tem claras alusões a Canibal Filmes (risos).